Em 2021, a produção de borracha não foi suficiente para atender à demanda. Esta é a conclusão do relatório do International Rubber Study Group (IRSG), publicado em dezembro de 2021.
Para quem ainda não conhece, o IRSG é uma organização intergovernamental, cujo principal objetivo é melhorar a transparência do mercado global da borracha e fortalecer a cooperação internacional em questões relacionadas ao setor.
Seus membros, assinantes e parceiros, representam governos, empresas e organizações que estão moldando e transformando a indústria da borracha de forma estratégica e socialmente responsável.
As reuniões anuais do IRSG estão entre as maiores assembleias regulares de especialistas em borracha em todo o mundo, e o grupo oferece uma oportunidade única para melhorar a colaboração do setor e se conectar com líderes ou empreendedores jovens e inovadores.
No cenário das estatísticas mundiais da borracha, apresentado pelo IRSG, o menor crescimento da produção em relação ao consumo tem várias razões estruturais, especialmente a diminuição da produtividade média e a redução da área de plantio.
Em relação à semeadura, é muito importante notar a queda de novos plantios nos principais países produtores de borracha do mundo que, nos últimos 10 anos, teve dois momentos muito diferentes: nos primeiros 5 anos, uma média de 400 mil hectares por ano; nos últimos 5 anos, média de 50 mil hectares.
Já em relação à área total de semeadura nos onze principais países produtores do mundo, é importante notar que, desde 2012, a expansão se inverte e se torna uma contração que, nas projeções do IRSG, é mantida ao longo da década de 2020.
Na produção mundial, vale ressaltar a redução percentual na região asiática e o crescimento na África e nas Américas; esta última em maior percentual. Esta situação é marcante por conta de um alerta feito pelo economista Jom Jacob no final do ano passado, registrado na Conferência SLTC: a produtividade dos principais países produtores também está caindo.
Para Jacob, espera-se que o desempenho médio melhore a partir de 2022, embora em ritmo lento. Segundo o economista, isso pode diminuir, em parte, o impacto na produção causado pela estagnação/redução da área produtiva após 2022.
Por outro lado, nos últimos anos o consumo continua crescendo de 2 para 3 pontos percentuais por ano, bem como nas projeções até 2030.
Mais uma vez, vale ressaltar que, em todos os lugares, há sinais de que o mundo precisa repensar sua estratégia de produção de borracha. Na América Latina, em particular, continuamos enfrentando os desafios de nos reposicionarmos estrategicamente para este futuro de menor crescimento da produção e maior consumo.