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Soldados da Borracha

O Governo Federal ajustou o benefício concedido aos Soldados da Borracha – seringueiros e seus dependentes – da década de 40. Concedido com base na Lei nº 7.986, de 28 de dezembro de 1989, o benefício passa a ter valor de R$ 2.424,00, de acordo com publicação no Diário Oficial da União, em 20 de janeiro de 2022.
Para quem não conhece, os Soldados da Borracha foram seringueiros que trabalharam durante a Segunda Guerra Mundial na Região Amazônica, entre 1943 e 1945, para extrair borracha para os EUA, no Governo de Getúlio Vargas. Na época, os jovens obrigados a alistarem-se no exército tinham duas opções: ou ir para a Amazônia trabalhar na extração da borracha, ou para a Itália na guerra.
Depois de alistados, recebiam o KIT para trabalhar na mata (calça de mescla azul, camisa branca de morim, chapéu de palha, um par de alpercatas, uma mochila, um prato fundo, um talher (colher-garfo), uma caneca de folha de flandes, uma rede, e um maço de cigarros Colomy) e um treinamento para extração da borracha.
Num contingente calculado em mais de 55 mil, nordestinos em sua grande maioria, os Soldados da Borracha foram reconhecidos em 1988 como combatentes da 2ª Guerra e, por isso, tiveram direito a pensão vitalícia. Mas, milhares deles morreram no que ficou conhecido como a Batalha da Borracha, sofrendo sem nenhuma assistência na floresta. Os sobreviventes colecionam histórias de resistência e solidão, e contam que, ao contrário do que foi prometido no momento do alistamento, não tinham nenhuma garantia de sobrevivência.
O documentário abaixo, produzido em 2009 com o apoio do Edital de Apoio à Produção de Documentários Etnográficos sobre o Patrimônio Cultural Imaterial (Etnodoc), traz um panorama sobre a história desses seringueiros.  A direção e roteiro são de César Gareia Lima, com produção de Susanna Lira, Luciana Freitas e Clarice Tenório.